quinta-feira, setembro 08, 2011

Terceirização Operacional e Estratégica de TI

Existem casos de empresas que terceirizam quase que totalmente suas atividades de TI, e logo sentem a perda do controle sobre a área. Este é um dos cuidados que deve-se ter durante o processo de terceirização. É inadmissível que um setor de tamanha importância, como o de TI, fique sob total responsabilidade de um provedor de serviços. Acontecimentos como este reforçam ainda mais a necessidade de se manter os serviços estratégicos sob comandos internos.

Uma das principais causas da parda de controle sobre a área de TI é a busca incessante das empresas por redução de custos. Em muitos casos, capacitar a equipe interna para uma determinada função tem custo ligeiramente maior que sua terceirização. Nessas horas deve-se considerar a importância estratégica daquela função e os riscos da sua prestação por alguma empresa provedora de serviços. Muitas vezes o barato sai caro.

Uma outra visão aponta vantagens em se terceirizar áreas estratégicas de TI. Talvez a mais relevante seja o fato da empresa poder focar na sua atividade fim, sem se preocupar com o setor de informática.

A terceirização total dos serviços de TI também tende a deixar o provedor de serviços mais motivado com a maior autonomia cedida. Este também é um ponto interessante, pois as duas empresas (contratante e contratada) trabalham como parceiras, muitas vezes até com o compartilhamento dos lucros obtidos. Desta forma, caminha-se em direção a uma afirmação válida no processo de terceirização, que diz que o sucesso vem quando todos saem ganhando.

Alguns autores defendem a idéia de que uma empresa provedora de serviços especializados sabe o melhor momento de migrar para uma nova tecnologia. Neste mercado, nem sempre o que há de mais novo é sinônimo de vantagem competitiva.

Segundo Alfredo C. Saad, a obtenção por uma organização de vantagem frente aos seus concorrentes limita-se ao período em que a tecnologia em questão tem seu uso ainda restrito. Porém, a universalização do seu uso faz com que este período seja cada vez menor, o que resulta na minimização de sua relevância estratégica e na quase eliminação de suas características diferenciadoras frente aos concorrentes. O mesmo autor também defende a idéia de que para uma organização, em determinados casos, pode ser mais seguro investir em tecnologias já comprovadas (menos atuais), para não correr riscos resultantes do investimento em alguma tecnologia fadadas a se obsoletar rapidamente e desaparecer após comprovada sua inviabilidade técnica, financeira ou operacional.

Case de Sucesso

Recentemente o site da Intel (www.intel.com.br) publicou um artigo sobre terceirização, que cita um case de sucesso envolvendo a empresa Sadia. O texto diz o seguinte: “(...) A Sadia, um dos maiores grupos da indústria brasileira de alimentos, afirma que tem como comprovar os benefícios da terceirização. Em 1996, a companhia gastava 0,9% da sua receita operacional líquida com Tecnologia. Em 2002, esse indicador subiu para 1,3%. O aumento nos custos fez disparar o sinal amarelo. A empresa decidiu terceirizar tudo o que dizia respeito à Tecnologia da Informação – dos PCs e impressoras às redes e grandes computadores instalados nas centrais de processamento de dados. A equipe de 114 profissionais de TI foi extremamente reduzida, sendo boa parte transferida para os prestadores de serviços.(...)”.
Visto de uma perspectiva empresarial, o caso acima é de grande valia. Indiscutivelmente a empresa alcançou resultados de redução de custos. A dúvida que fica é em relação à maximização dos resultados, pois houve uma transformação no material humano da empresa. Alguns funcionários foram demitidos e outros (muitos) foram transferidos para os prestadores de serviços. Um estudo que avaliasse a motivação destes funcionários participantes do processo de transferência seria importante, pois trata-se de uma mudança que tende a abalar psicologicamente os profissionais. Este é um caso típico em que a redução de custos não representa claramente uma maximização de resultados.

Nenhum comentário: